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DIREITOS AUTORAIS

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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Nem Sempre a União Faz a Força


Nos livros escolares de meus pais, na Ucrânia, na década de 30, havia um conto sobre um bezerro que ao cair no rio, não conseguia sair. Com a intenção de socorrê-lo aproximaram-se um caranguejo, uma cegonha e um peixe. Todos seguraram o bezerro e rapidamente começaram a puxar para salvá-lo. O caranguejo puxou para o lado, a cegonha para cima e o peixe para baixo. Não fica difícil de imaginar o que aconteceu com o bezerro! Afogou-se!
É comum dizermos que a união faz a força, mas só a boa intenção de cada um não basta, é preciso mais que isto quando a ação se torna necessária.
Sabemos que todo ser humano é uma manifestação única e que cada um busca o fortalecimento de sua individualidade. A consciência de si mesmo e a expressão da própria identidade, fundamentados na autotransformação são tarefas para uma vida inteira.
Sabemos também o quanto é importante conhecermos nossas capacidades para a ação e para a superação de nossos limites.
Além de tudo, fica bastante claro que mesmo tendo conquistado a individualidade, ainda somos seres sociais e existimos dentro de um grupo, isto é, o senso do coletivo é inquestionável. Dentro desta realidade somos influenciáveis e influenciamos. Nossa liberdade fica condicionada à consciência de que sempre esbarramos na liberdade do outro. Não é simples conviver.
No decorrer da vida, se formos bons observadores, aprendemos que é na convivência que desenvolvemos a percepção. Os contrastes entre o "eu" e o "você" geram uma riqueza incalculável de possibilidades de aprendizagem a respeito de nós mesmos, do outro, assim como da situação. Além do enriquecimento pessoal vamos cada vez mais aprendendo que a realização de qualquer coisa depende do trabalho de vários, isto é, fica claro que o grupo é fundamental para a construção de algo. Apenas um indivíduo não consegue fazer tudo, além do que, somos interdependentes. Alguém assou o pão do nosso café da manhã, alguém dirige o ônibus que usamos, alguém plantou o tomate que comemos, alguém depende do nosso trabalho, alguém precisa de nosso cuidado. Enfim, o individual não se desenvolve à parte do coletivo.
A mútua colaboração mostra que cada ser humano tem algo a oferecer. Todos, sem distinção, podem contribuir com a condição que tem, para que na união de todas as expressões possamos realizar o crescimento geral. Mas se agirmos como os personagens do conto, onde as forças isoladas são inúteis pela falta de integração, com certeza as perdas serão inevitáveis.
De que vale o conhecimento, o poder, boa vontade, recursos, se não conseguimos integrá-los num grupo? De que vale a individualidade se não a tornamos parte do todo?
Usar unicamente sua força é diferente de adequá-la à força do outro. É importante uni-las, combiná-las em prol de um objetivo comum.
A união só faz a força quando cada indivíduo está consciente do quanto sua contribuição é valiosa, somando-a aos seus semelhantes e formando assim, uma só força.
É preciso reforçar a ideia, de que somos uma célula dentro de um organismo, onde cada um tem uma função, que quando realizada conscientemente provoca a saúde e desenvolvimento de todos. Guiar a vontade própria apenas para onde se quer sem considerar o todo, só pode provocar atraso na evolução.

© Direitos reservados a Ala Voloshyn

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