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DIREITOS AUTORAIS

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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Michael

Poderia ser Miguel, mas é Michael. Poderia ser qualquer um de nós, nosso filho, irmão ou amigo, mas é Michael, mais conhecido como Michael Jackson.
Jamais conseguiremos avaliar o que significa ser um ídolo do porte dele. Como é não ter vida privada, trabalhar o tempo todo para manter sua majestade? Ser considerado um deus e ter que esquecer seu lado humano com necessidades de afeto e segurança como qualquer mortal.
Mortal, esta é uma palavra que nos assusta e que não consideramos, principalmente para um ídolo. Acreditamos que jamais morrerá e quando isto acontece passamos a enxergá-lo como um ser humano e então todas suas ações questionáveis seja a nível ético, psicológico, social entram em pauta para que possamos tentar destruir tamanha genialidade.
Não se pode negar que o artista Michael Jackson foi excepcional, deixando-nos referências dignas de serem imitadas e tamanha potencialidade desperta inveja e muita cobiça. Talvez esta luz tenha causado a sede de poder em seu pai. Claro que esta opinião deve ser considerada especulativa, pois muitos dados pessoais nos faltam para uma análise mais correta, mas seguindo as declarações feitas através da imprensa pelo próprio Michael, não resta outra coisa a pensar.
E quantos talentos fantásticos ou até menos brilhantes são usados por seus próprios pais para que eles mesmos brilhem sem tanto esforço? Por intermédio do filho podem realizar sonhos de qualquer espécie e se alimentar deste potencial a vida inteira, isto se ele não sucumbir antes deles, como aconteceu com Michael.
Qualquer talento é suficiente. Pode ser a beleza física, inteligência, capacidade para um esporte ou arte e assim por diante. A categoria não importa e sim a necessidade dos pais se projetarem no filho. Através de uma atitude vampiresca e predadora cobram-lhe o sucesso que desejariam ter, mas não acreditam serem capazes o suficiente para atingi-lo. Percebem que é mais fácil utilizar a energia do outro que pode se esvair rapidamente, como aconteceu com Michael.
Uma parada cardíaca demonstra um coração fatigado e entristecido, seja qual for o diagnóstico físico. E um coração fatigado delata anos e anos de abalo. A resistência e a vontade de viver o mantém batendo, mas cada vez mais enfraquecido, se esta rota suicida não for alterada.
O ídolo permanecerá para sempre na história humana, mas a pessoa de Michael que não conhecíamos não retornará e só ele sabe o preço que pagou pela sua genialidade e pela tirania a que foi submetido e da qual não conseguiu escapar.
Podemos aprender também por meio da observação. Acredito que seja benéfico refletir sobre as questões que aqui levanto e perguntar-se: estou sendo tiranizado ou tiranizo a quem admiro e desejo ser igual?
Cada um precisa cumprir sua própria vida e aqueles que têm a responsabilidade de conduzir um filho precisam praticar os limites que trarão segurança e liberdade para que todos evoluam, cada qual com sua potencialidade e realização.
Para Michael dedico meu respeito, admiração e uma oração para que tenha paz.

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