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DIREITOS AUTORAIS

Todos os textos aqui publicados são autoria de Ala Voloshyn.
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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Fidelidade

Fidelidade.
Palavra bonita, mas o quanto é entendida?
Eu sei que cada um tem seu repertório para entendê-la, e talvez por isso existam infindáveis definições. Posso falar do que significa para mim e sei que seu significado mudou inúmeras vezes no decorrer de minha vida, mas hoje quando penso nela só vem à minha mente a imagem do filme ”Sempre ao seu Lado”, o cão esperando por seu dono que morreu. Aquele cão não o via mais, mas o que o mantinha ali todos os dias de sua vida era sua fidelidade. Não uma fidelidade obediente de quem recebeu uma ordem, mas de quem havia firmado um acordo de estar sempre ao seu lado.
Quando nós seres humanos nos referimos ao acordo pensamos em papel assinado, verbalizado, claro para nossa mente concreta, no entanto, existe um outro tipo de acordo, aquele que ninguém diz nada, mas que nasce espontaneamente em nossos corações e que define o tipo de relação que firmamos com alguém. Naturalmente a essência da relação se estabelece e sem que ninguém diga ou cobre ela permanece. Mesmo que o tempo mude as circunstâncias o acordo vive e guia.
Hoje, fidelidade para mim é este acordo invisível que não muda, mesmo que tudo mude. É a fidelidade do coração puro que não busca nada, não barganha, não se impõe, mas permanece vivificando o acordo original.
Às vezes me entristeço por perceber o quanto “tudo depende”. Depende do dia, da vontade, da segurança, dos interesses, tudo depende. Dependendo do que for a fidelidade muda e o acordo é sacrificado e cada um que se resolva como puder. É uma pena que na maioria das vezes não se consiga enxergar além do egoísmo e da covardia, palavras irmãs, no meu entender. E é por isso que quando se estabelece um acordo firmado na fidelidade é tão ímpar, tão importante, tão bom.
Quem conseguir estabelecer este acordo silencioso e o manter tem motivos para acreditar que segura em suas mãos uma jóia rara, única, eterna, que brilha como um diamante lapidado que o tempo não modifica e não leva, pois acordo puro entre corações puros e corajosos não morre jamais.

© Direitos reservados a Ala Voloshyn

Ilustração: Poster do filme "Sempre ao seu Lado".

4 comentários:

  1. Não assisti ao filme, se o fizer sei que vou chorar muito!
    Queria citar a fidelidade dos cães que vivem com os moradores de rua, que os acompanham pra onde quer que vão.
    No mundo dos animais tudo é tão simples, tão verdadeiro... tão diferente do mundo humano: egoísta, individualista, entre outras coisas.
    Parabéns, Ala, pela belíssima reflexão.
    Beijo.

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  2. Bem lembrado, Regina!É assim, simples!
    Obrigada,

    Beijo.

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  3. É isso, minha amiga: fidelidade verdadeira é espiritual, transcendental; é algo que (ainda) está muito além da compreensão da maioria de nós, seres humanos. Parabéns pelo texto.

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  4. Verdade, Rubens. Quando deixarmos de nos apegar tanto ao que passa e cultivarmos o olhar para o que é eterno compreenderemos.

    Tudo de bom pra ti!

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