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DIREITOS AUTORAIS

Todos os textos aqui publicados são autoria de Ala Voloshyn.
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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Cultura da Não-Violência

                                    
Queremos paz. A violência aumenta e queremos paz. A violência integra-se cada vez mais nas atitudes cotidianas e falamos em não-violência. Mas como conseguiremos mudar tudo o que nos entristece e oprime?
A não-violência só será uma prática verdadeira quando transformarmos a violência que reside dentro de nós, que exala dos nossos poros, que impera nos atos, que vibra no olhar. E qual é sua origem? Qual sua razão?
Observando melhor só consigo enxergar que por traz de todo ato violento existe muita impotência. Parece contraditório, mas não é. O violento é incapaz de realizar seu objetivo por si mesmo. É incapaz de se organizar, se frustrar, se relacionar, trocar, refletir. É essencialmente um preguiçoso que não se esforça em melhorar, mas usa com imposição e aflição a energia do outro para se satisfazer. É em última análise um vampiro a sugar o elemento vital do outro para seu contentamento, faz dele seu escravo, seu braço direito, o conduz para onde quer através do medo, opressão e humilhação. Desrespeita completamente a individualidade, viola o direito de se viver a própria vida, não enxerga limites e invade sem piedade, pois não sabe como construir, é um incompetente. Bebê chorão acostumado a ter tudo na mão! Aprendeu que depende do outro para viver. Não acredita em si e por isso é medroso e precisa manter o controle externo transformando seu semelhante numa marionete.
Se, como sociedade, continuarmos buscando poderes no externo não alcançaremos a realização dos próprios talentos e recursos e a desejada cultura da não-violência ficará distante. Somos dependentes uns dos outros na forma mais primitiva, projetamos no outro nossa felicidade e por isso não compreendemos quem somos. Infelizes e frágeis é o que somos e por isso continuamos tiranizando, entristecendo, atrofiando quem invejamos e que no fundo admiramos. Se cada um procurar vencer suas dificuldades e realizar o que deseja pelas suas forças não precisará violentar ninguém.
A não-violência fundamenta-se na autonomia, respeito pela individualidade, compaixão, autoconhecimento, paciência, companheirismo e na consciência de que tudo evolui e precisa de tempo e espaço para se desenvolver. Sua raiz não é externa, é interna.

© Direitos reservados a Ala Voloshyn

Ilustração: Google

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