Queremos paz. A violência aumenta
e queremos paz. A violência integra-se cada vez mais nas atitudes cotidianas e
falamos em não-violência. Mas como conseguiremos mudar tudo o que nos
entristece e oprime?
A não-violência só será uma
prática verdadeira quando transformarmos a violência que reside dentro de nós, que exala dos nossos
poros, que impera nos atos, que vibra no olhar. E qual é sua origem? Qual sua
razão?
Observando melhor só consigo
enxergar que por traz de todo ato violento existe muita impotência. Parece
contraditório, mas não é. O violento é incapaz de realizar seu objetivo por si
mesmo. É incapaz de se organizar, se frustrar, se relacionar, trocar, refletir.
É essencialmente um preguiçoso que não se esforça em melhorar, mas usa com
imposição e aflição a energia do outro para se satisfazer. É em última análise
um vampiro a sugar o elemento vital do outro para seu contentamento, faz dele
seu escravo, seu braço direito, o conduz para onde quer através do medo, opressão
e humilhação. Desrespeita completamente a individualidade, viola o direito de se viver a própria vida, não enxerga limites e invade sem piedade, pois
não sabe como construir, é um incompetente. Bebê chorão acostumado a ter tudo na mão! Aprendeu que depende
do outro para viver. Não acredita em si e por isso é medroso e precisa manter o
controle externo transformando seu semelhante numa marionete.
Se, como sociedade, continuarmos buscando poderes no externo não alcançaremos a realização dos próprios
talentos e recursos e a desejada cultura da não-violência ficará distante.
Somos dependentes uns dos outros na forma mais primitiva, projetamos no outro nossa felicidade e por isso não compreendemos quem somos. Infelizes e frágeis é
o que somos e por isso continuamos tiranizando, entristecendo,
atrofiando quem invejamos e que no fundo admiramos. Se cada um procurar vencer suas
dificuldades e realizar o que deseja pelas suas forças não precisará violentar
ninguém.
A não-violência fundamenta-se na autonomia, respeito pela individualidade, compaixão, autoconhecimento, paciência, companheirismo e na consciência de que tudo evolui e precisa de tempo e espaço para se desenvolver. Sua raiz não é externa, é interna.
© Direitos reservados a Ala Voloshyn
A não-violência fundamenta-se na autonomia, respeito pela individualidade, compaixão, autoconhecimento, paciência, companheirismo e na consciência de que tudo evolui e precisa de tempo e espaço para se desenvolver. Sua raiz não é externa, é interna.
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Ilustração: Google