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DIREITOS AUTORAIS

Todos os textos aqui publicados são autoria de Ala Voloshyn.
Direitos autorais são protegidos pela Lei 9.610, de 19 de Fevereiro de 1968.

sábado, 27 de julho de 2013

Passarinho na Gaiola

arte de Natalia Poberezhna

De tanto tempo na gaiola, não sabe voar.
De tanto tempo comendo no comedouro, não sabe o que é fome.
De tanto tempo olhando através das grades, não sabe olhar.
De tanto tempo cantando sem resposta, não sabe ouvir.
De tanto tempo cativo, não sabe onde está.
De tanto tempo só, não sabe reconhecer seu semelhante.
De tanto tempo em espaço pequeno, não sabe espaço maior desejar.
De tanto tempo sob domínio, deixa a vida passar.
De tanto tempo passarinho na gaiola, não sabe que é passarinho.

E se a gaiola se abrir?
Sairá? Voará?
Saberá ser livre?

© Direitos reservados a Ala Voloshyn


Fonte da Ilustração: https://www.facebook.com/Meninasparasempre/photos_stream?ref=ts

sábado, 20 de julho de 2013

Prefiro


uns me amam
tantos outros me odeiam

não existem mornos ao meu redor

prefiro assim
os sinceros

os mornos não merecem confiança


 © Direitos reservados a Ala Voloshyn




Fonte da Ilustração: Google

domingo, 14 de julho de 2013

O Rosnar da Sereia

seu canto é de sereia
melodioso
sinuoso
encantador

mais parece um canto de ninar

canto que adormece
assim não se ouve seu rosnar

cante
cante

cante suave
para os ouvidos encantar

mas

escuta seu rosnar
quem não acredita
                                em seu canto suave

                                     resiste acordado
                                  a olhar



© Direitos reservados a Ala Voloshyn



                     




segunda-feira, 1 de julho de 2013

Heróis da Resistência


Num mundo onde muitas coisas nos convidam para sermos corruptos, egoístas, frios, indiferentes, há uma espécie de ser humano altamente resistente a estímulos letais que possam existir. Ele é firme, indignado muitas vezes, mas paciente, não se deixa contaminar. Tem os olhos concentrados naquilo que quer enxergar, mas algumas vezes abaixa seu olhar em pesar pela violência sem par. É capaz de perceber detalhes sutis naquilo que tem em suas mãos, no que ouve e no que sente. Sua repulsa por algumas coisas não o torna vil, mas ativo no que compreende antes do outro, que continua a desumanizar.
Mesmo que a aparência mantenha-se cinza ao seu redor, sustenta seu coração quente. Apesar da covardia estampada no conformismo, aumenta sua coragem para decidir e agir, sem repetir o que se repete em razão da desesperança. 
É um herói da resistência diante do automatismo, não se deixa levar e insiste em pra dentro olhar. Permanece no exercício de mergulhar fundo em si,  para conhecer e transformar o que nem sempre claro está, ainda que lhe digam para ficar na superfície, que nivela todos no mesmo andar. Está habituado a encarar sua dor, confusão, medo, ira e tudo o mais que se mostra quando se deseja mais apto estar. A cada retorno das profundezas de seu ser torna-se mais singelo, mais forte, mais consciente, mais humano, mais equivalente ao seu pensar, que não vende, não empresta, não troca. Mantém-se valente em seu coração terno. Sabe que somente assim, conseguirá perceber quem diante de seus olhos está.

© Direitos reservados a Ala Voloshyn

Fonte da Ilustração: Arte de Zoia Tchernakova / foto de: www.facebook.com/Meninasparasempre 

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