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DIREITOS AUTORAIS

Todos os textos aqui publicados são autoria de Ala Voloshyn.
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quinta-feira, 10 de julho de 2014

"Queria Ver o Povo Brasileiro Feliz...."



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"Queria ver o povo brasileiro feliz, pelo menos por causa do futebol". Esta é a fala de David Luiz, jogador da seleção brasileira, desta Copa Mundial, logo depois do jogo entre Brasil e Alemanha. Ele em prantos pedia desculpas ao povo pela derrota.
É legitimo este pedido de desculpas? Talvez para ele e outros jogadores que absorveram a ideia de que deveriam ser nossos heróis em campo. Mas deveriam mesmo assumir este papel dramático e excessivamente pesado?
Não acredito nisto, não vejo com estes olhos. Penso que não é de heróis que precisamos, mas de consciência da nossa realidade. Observamos há tempos um país do "puxadinho" e do "tapinha nas costas". Múltiplas maquiagens para alcançar metas que não são para o povo, mas para interesses de poder e falcatruas.
Na verdade, carecemos de dignidade. Queremos um país onde um pai possa dar ao seu filho o direito a uma escola pública digna. Necessitamos de hospitais públicos decentes e equipados para atender qualquer cidadão, sem distinção de classe social. Um brasileiro tem o direito de transitar pelas vias públicas sem correr o risco de ver um viaduto ruir por falta de responsabilidade de quem o levantou. Um cidadão brasileiro tem o direito de ver seus governantes trabalharem para o bem de todos. Precisamos de transporte público que nos faça seres humanos e não pedaços de carne prensada em grandes vagões de ferro. Enfim, precisamos acordar e assumir de vez que é urgente um país que tem como meta maior o desenvolvimento de seu povo em todos os sentidos, dando aos jovens e crianças a esperança de poderem viver com dignidade em solo brasileiro. É mais que urgente percebermos que se não nos esforçarmos em todos os campos de atuação pela ética e trabalho bem estruturado não iremos muito longe como nação e veremos dia após dia cenários como o que vimos em campo protagonizado pelos nossos jogadores, que nos devolvem nossa própria imagem de frustração e desolação por um país que precisa assumir sua história de "puxadinhos", "tapinhas nas costas" e ausência de comando responsável.
É urgente que deixemos de projetar nossas frustrações em jogadores, condenando-os pelas nossas omissões. Quando aceitamos a falta de ética e seriedade em todos os setores sociais, incluindo nossas vidas dentro de nossos lares, estamos dando permissão para que o colapso social se instale e nos mostre o quanto devemos investir na transformação pessoal e coletiva.
A depressão diante da derrota da seleção nesta Copa é inevitável, mas deve servir de estimulo para fazermos uma reflexão profunda sobre a nossa responsabilidade neste cenário de insatisfação. Deixemos de procurar culpados pelas nossas desolações, porque isto não muda nada. Assumamos o comando das nossas vidas com nossos direitos e deveres. Somente desta maneira teremos condições de enxergar a realidade que necessita de mudanças e atuar nela, deixando de aceitar migalhas. Desta forma nosso Brasil poderá refletir uma imagem de prosperidade real, sem maquiagens de aparências insustentáveis. 
© Direitos reservados a Ala Voloshyn

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