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DIREITOS AUTORAIS

Todos os textos aqui publicados são autoria de Ala Voloshyn.
Direitos autorais são protegidos pela Lei 9.610, de 19 de Fevereiro de 1968.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mãe


Quando seu ventre cresce e ela sente o primeiro fisgar e depois os movimentos cada vez mais definidos, percebe que dentro dela traz alguém, que não sabe como é seu rosto, mas que ama com toda a força de seu coração.
Uma mulher que até então não conhecia de fato o sentido de pertencer ao gênero feminino, compreende que Deus atua nela através de seu poder criador de ser mulher. Tudo caminha seguindo os desígnios da natureza e ela participa de maneira essencial. Muitos sentimentos experimenta. Medos de falhar a assombram, mas ela continua a desempenhar seu papel de mulher.
Quando finalmente pode segurar em seus braços aquele que gestava, mais sentimentos surgem. Ainda não sabe o que a espera, mas a natureza a preparou para esta tarefa que terá que realizar. De mulher em potencial ela se torna cúmplice da Criação e seu destino se define para sempre. Será mantenedora da vida e para isto direcionará sua ação como guerreira amorosa e atenta.
Mulher mãe, tarefa que a torna melhor, pois terá que aprender muito, para permitir que seu filho cresça bem. Terá que se modificar para não impedir que seu filho seja feliz. Terá que se transformar para que seu filho se transforme. E assim a menina, moça, mulher, mãe se torna. Será mais sábia, mais guerreira. Conhecerá o tamanho e a forma do amor incondicional.
É assim, que uma mulher se coloca mais perto de Deus.

© Direitos reservados a Ala Voloshyn



Amigo


Ele é meu amigo
Poucas vezes o encontro
Mas muitas vezes sinto sua presença

É alegre
Misterioso também
Fala pouco
Mas quando fala eu o entendo
Ele me entende

Está sempre presente quando preciso de um amigo

Um amigo assim é sinal de sorte

Boa sorte

Um amigo que o vento não leva
Que o coração identifica e se alegra

Um amigo que chega silencioso
Trazendo em suas mãos o acolhimento
A paz que muitas vezes não consigo sentir

Mas com ele posso acreditar

Que a paz existe
Lá no fundo do coração

A aquecer o coração do meu amigo
A aquecer o meu coração
Quando nossos corações se reconhecem

© Direitos reservados a Ala Voloshyn

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O Sol Oculto

o sol que se mostra
o sol que se oculta
qual deles devo mirar?

quando a escuridão perturba meu pensar
quando a confusão espanta meu andar
não sei para onde olhar

mas meu instinto
nutre meu coração
e me orienta

diz que não há motivo para confusão
se o olhar atender ao chamado do altar
que mostra o mundo manifesto a borbulhar
no ferver do caldeirão
a transformar o que bruto estava em alimento que nutre

ao me alimentar desse guisado
meu olhar não se confunde mais
olha para o alto
e enxerga
o que oculto estava a brilhar no escuro

revelando

o confuso nada mais é
que um olhar para o manifesto
sem a percepção da luz solar

mas obscuro o sol oculto permanecerá
enquanto o olhar rígido e confuso ocultar
o que rege tudo
o que mantém o caldeirão a borbulhar
formando o guisado
que alimenta o andar

© Direitos reservados a Ala Voloshyn

terça-feira, 6 de abril de 2010

Olhe Bem


Parando um pouco com as atribulações do dia e olhando em volta, pude reparar em algo que sempre foi evidente, mas ainda não tinha me dado conta: o quanto somos todos pobres e ricos ao mesmo tempo.
Você pode pensar que não é bem assim, mas se olhar melhor verá que tenho razão. Uns, com as reservas financeiras lá no pé, invejando quem não sabe mais onde enfiar seu dinheiro e como gastá-lo, pois o excesso sempre pede por escoamento! Por sua vez, estes, também sentem inveja, pois não conseguem sentir prazer em coisas simples como o outro que com pouco tem maior satisfação! Esta balança parece desnivelada, mas não está! Ela se mantém neutralizada pela lei da polaridade, que nos mostra que tudo o que está num extremo, tem seu oposto em outro extremo. Quem está rico externamente, mostra pobreza interna e quem está rico internamente está pobre externamente. Portanto, estamos todos no mesmo barco e ninguém pode dizer que está pior ou melhor, tudo depende do ponto de vista.
Também não se defende aqui a pobreza para sentir felicidade. O que quero dizer é que quando temos dificuldades pensamos que se estivéssemos em pólo oposto estaríamos melhor, mas na verdade isto não garante felicidade, mas nos mostra que estamos em desequilíbrio e precisamos resolver o que nos falta para atingirmos o caminho do meio, a Lei, onde temos em equilíbrio os extremos. Onde riqueza externa reflete riqueza interna e isto não se refere exclusivamente a bens materiais, mas à suficiência para se integrar ao tudo e ao todo e fazer parte. Ser um que se soma, se integra, colabora com a evolução.
Parece que fomos feitos para buscar estímulo e motivo para usar sempre os recursos internos já desenvolvidos e desenvolver aqueles ainda em estado de embrião. Modificar erros de abordagem e constatar escolhas corretas. E tudo ocorre neste palco que chamamos vida.
Hora pra cá, hora pra lá. O pêndulo da vida nos imprime um ritmo, que só os mais sábios sabem evitar, mas como não estamos aqui nos incluindo nesta espécie de pessoas, vamos seguindo nossa rota até alcançarmos sabedoria suficiente para sermos donos de nosso próprio destino.
Voltando para a pobreza e riqueza, podemos concluir que todos somos pobres em alguma coisa e ricos em outra. Ninguém aqui pode invejar, vangloriar-se, sentir-se seguro demais ou perdido, sem saída. Cada um tem seu quinhão de sabedoria e ignorância. Os meios e as circunstâncias nos revelam o que temos para aprimorar e o que podemos usar como ferramenta para evoluir e apurar nossa função nesta coisa que chamamos sociedade, cada vez mais atrapalhada na colheita de suas próprias escolhas.
Portanto, sem perder tempo com a inveja, cada qual que levante suas mangas e trabalhe por si, para poder ser alguém melhor, pelo menos, para servir de exemplo. Já é um bom começo!

© Direitos reservados a Ala Voloshyn

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