Costumo deixar pra amanhã o que
posso fazer hoje, na esperança de que a preguiça passe, que o dia esteja mais
propício e assim consigo encontrar todos os motivos que me sossegam a vontade
de encarar questões que não tenho lá muita vontade de encarar.
Assim, meio arrastando o chinelo,
deixo pra depois, com a ideia de que o amanhã chegará. E no dia seguinte quando
acordo e percebo que o amanhã chegou vou tocando meu dia. Realizo o que esperam
que eu faça e isso eu faço bem! Mais um pouco adio o que me dá trabalho. Às
vezes empurro pro outro, que menos avisado até assume pra si o que é meu, mas
tudo bem, isso não fará mal, é só um pouquinho! E assim esqueço todas as vezes
que deleguei a ele minhas responsabilidades e o culpei pelas minhas
frustrações.
Quando não dá pra empurrar pra
frente e o destino me pega na curva, dou de ombros, olho pros lados e sem que
alguém veja dou mais uma improvisada e faço de conta que me aprofundei, dou uma
enrolada, mas não resolvo de verdade aquele probleminha que se arrasta há anos,
mas acredito que amanhã, quando estiver mais disposto e menos ocupado eu
resolvo! Até que um dia percebo que andei adiando demais e que aquelas
improvisações se desenvolveram e se transformaram em problemas complicados.
Triste destino! Quis fugir de mim mesmo e me enrolei em mim mesmo e tudo o que
adiei volta-se contra mim e me cobra tim tim por tim tim. Forçosamente entendo
que não adianta fazer de conta que se resolve, pois tudo pede por realização e
cada dia que deixei passar transformei num dia perdido e assim de improvisos em
improvisos vivi uma vida improvisada.
© Direitos reservados a Ala Voloshyn
© Direitos reservados a Ala Voloshyn
Fonte da Ilustração: Google
Parabéns, muito bom. O improviso pode ter origem em sobrecarga também, ou seja, de assumir mais compromissos do que é capaz de dar conta, pensando que é possível resolver tudo.
ResponderExcluirE quando se depara com a realidade e percebe não dar conta de tudo, vem os arranjos e improvisos ou as soluções que aparecem no limite.Ceramente é alguém que está sempre "apagando incêndios e nunca consegue viver direito e saborear a vida".
É uma triste realidade e seu final pode ser um infarto, por exemplo.